"Quando uma virgem morre, uma estrela aparece,
nova, no velho engaste azul do firmamento:
e a alma da que morreu, de momento em momento,
na luz da que nasceu palpita e resplandece.
Ó vós, que, no silêncio e no recolhimento
do campo, conversais a sós, quando anoitece,
cuidado! - o que dizeis, como um rumor de prece,
vai sussurrar no céu, levado pelo vento...
Namorados, que andais com a boca transbordando
de beijos, perturbando o campo sossegado
e o casto coração das flores inflamando,
- piedade! elas vêem tudo entre as moitas escuras...
Piedade! esse impudor ofende o olhar gelado
das que viveram sós, das que morreram puras!"
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